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A empresa Postos Petro Delta Ltda. iniciou suas atividades em 12 de maio de 1989, seu primeiro posto estava situado na cidade de Ibaté, no estado de São Paulo. Alguns anos mais tarde, precisamente em 15 de janeiro de 1992 foi inaugurada a primeira filial, localizada à Rua Domingos Cardoso n 405, no bairro Vila São Benedito.
Desde então, a empresa Postos Petro Delta vem crescendo no mercado de varejo de combustíveis e atualmente dispõe de 06 Postos na Região de São Carlos, localizados em pontos estratégicos para melhor atender seus clientes.
Os Postos Petro Delta contam com uma equipe de 60 colaboradores divididos em suas 06 filiais. A Organização trabalha focada na satisfação plena de seus clientes e no compromisso constante com a qualidade de produtos e serviços por ela comercializados. Porém, acredita que seu maior patrimônio está nas pessoas que nela trabalham e sendo assim investe na capacitação e aperfeiçoamento da sua equipe.
Junior
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Com prejuízos frequentes, agricultores relatam insegurança e desânimo diante da criminalidade no campo. PM diz que vem realizando operações na região para coibir onda de furtos. Com o preço da saca de café atingindo níveis históricos em 2025, os produtores do Sul de Minas têm sofrido com uma ameaça às lavouras: os furtos diretamente das plantações. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Casos como o do homem preso em Campestre (MG) ao ser flagrado com sacos de café recém-colhidos e o de um suspeito que foi espancado e morto ao ser pego furtando café no pé em uma propriedade rural em Ibiraci (MG) são exemplos recentes dessas ações criminosas. Isso tem mobilizado agricultores e associações rurais a investirem em alternativas que proporcionem mais segurança às lavouras, como câmeras de monitoramento e vigilantes particulares. A percepção é unânime entre os produtores: o campo virou alvo, e a sensação de vulnerabilidade nunca foi tão alta. O g1 pediu à polícia dados recentes de registros desse tipo de crime, mas não tinha recebido até a última atualização desta reportagem. A Polícia Militar informou que vem realizando várias operações na tentativa de coibir a onda de furtos de café na região (leia mais abaixo). Produtores de café reagem à onda de furtos nas lavouras em Minas Gerais Tarcisio Silva/EPTV Alta nos preços, insegurança e prejuízos financeiros A cafeicultora de Ilicínea, Alessandra Peloso, já foi furtada três vezes. Além do café, ela teve outros itens levados. “Uma vez levaram duas trinchas (máquinas) e roubaram 20 sacas. Dessa última vez roubaram 163 ou 167, não lembro a quantidade certinha. Roubaram pneus, produtos agrícolas, roubaram bastante coisa”, contou a produtora. Os prejuízos recorrentes desanimaram Alessandra com a produção, mas, apesar da frustração, ela mantém confiança no trabalho da polícia para resolver o último furto. “Eu estou muito desanimada em mexer com a fazenda, não confio em mais ninguém. Está super complicado, a gente só vai levando prejuízo. (...) Dessa vez a polícia está em cima, eu acho que eles vão conseguir pegar, porque está bem adiantada a investigação”. Segundo Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), essa onda de furtos está relacionada à alta dos valores da saca de café. Para se ter uma dimensão, a inflação acumulada do café moído é a maior em 12 meses desde maio de 1995, quando o índice foi de 85,5%. “Esse risco é aumentado na medida que o preço do café é maior. Então quanto mais caro ele fica, mais atrativo é para os ladrões interessados nisso, principalmente onde o café está mais vulnerável, que é nas propriedades, na própria lavoura”. O presidente ainda explicou que essa variação dos preços é influenciada pelas condições climáticas e consequentemente pela oferta e demanda do produto. “Atualmente, o mercado global de café registra preços historicamente elevados, impulsionados pela combinação de oferta restrita e demanda firme. Além dos problemas climáticos no Brasil e na Colômbia, a seca severa no Vietnã, maior produtor da espécie robusta, reduziu significativamente a produção, agravando a escassez global e pressionando os preços”. LEIA TAMBÉM: Consumo de café despenca 16% em abril em meio à alta de preços, mostra associação da indústria Preço do café aumenta 80% em 12 meses e tem maior inflação em 30 anos Produtores rurais fazem manifestação pedindo mais segurança no campo após furtos de café no Sul de Minas Reprodução EPTV Produtores clamam por mais segurança Recentemente, um grupo de cafeicultores realizou uma manifestação na cidade de Campestre, reivindicando mais segurança no campo, devido ao aumento dos furtos de maquinários e de café registrados. Em entrevista à EPTV, afiliada à Rede Globo, eles expressaram o medo de serem vítimas e a indignação por perderem um trabalho feito com tanto sacrifício. “A gente está 'na fila', qualquer hora pode ser qualquer um de nós", disse Luiz Fernando Muniz. “Vale a pena continuar? Vale a pena a gente amanhecer cinco horas da manhã? Tem três anos que eu 'tô' aqui, mas esse pessoal aqui é a vida inteira, debaixo do sol, com a mão calejada. Qual é a segurança que a gente tem?” questionou o também produtor Giovanni Salomão. Preocupação com furtos e roubos de café faz produtores investirem pesado na segurança Reforço na segurança Em entrevista ao g1, a Tenente-coronel Bianca Grossi, comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, detalhou que a PM está realizando várias operações na tentativa de coibir a onda de furtos de café que vem acontecendo na região. “Uma das medidas é a realização da Operação Agro-gerais Seguro. Nessa operação a gente cumpriu mandados de busca e apreensão, realizou diversas apreensões de armas de fogo, prisões de pessoas, e ela vem sendo executada algumas vezes, mais ou menos uma vez por mês a gente está fazendo essa operação”. Ainda conforme a tenente-coronel, o contato com os produtores, sindicatos e associações de cafeicultores, é de extrema importância nesse processo, pois nesse contato são passadas orientações importantes de segurança. “Nessas reuniões a gente tem dado orientações em relação à segurança. Inclusive, uma das coisas que tem dado muito resultado é o aumento na instalação de câmeras de segurança ou câmeras com a tecnologia que fazem a leitura de placas de veículos. Esses dados são colocados dentro de um sistema que a Polícia Militar já possui, e que tem ajudado muito na prevenção e repressão de crimes, sejam eles furtos ou roubos”. Além das ações citadas, a PM também atua através da patrulha rural, onde dois militares são direcionados especificamente ao policiamento rural e tem contato direto com os produtores, mantendo uma lista de cadastro das propriedades monitoradas. Fernando Barbosa, presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas Gerais, explicou que os produtores estão buscando mais opções para assegurar a proteção das propriedades. “Algumas associações estão se mobilizando internamente devido ao tamanho do território de cada município, contratando empresas particulares para fazerem esse monitoramento”, disse. O presidente ainda ressaltou que a comunicação entre os produtores e as forças de segurança é de extrema importância para o combate aos furtos. “Para o safrista que vem de outras regiões, a orientação que está sendo passada é entrar em contato, principalmente com a polícia, para poder identificar se esses safristas que estão vindo já têm passagem pela polícia, para que pelo menos sejam monitorados. (...) Comunicação é o melhor mecanismo para poder pelo menos frear ou até mesmo inibir”. Sobre as investigações das ocorrências, a Polícia Civil de Minas Gerais respondeu ao g1 que tem atuado de forma contínua na apuração e resolução dos crimes ocorridos em áreas rurais, e que foram criadas Delegacias Especializadas nessas investigações em todas as unidades regionais pertencentes ao 18º Departamento de Polícia de Poços de Caldas. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
Crianças e adolescentes associam modelo a rotina dura, com ônibus lotado e bronca de chefe, enquanto influenciadores aproveitam para vender ideia de sucesso fácil na internet. Por que muitos jovens não querem trabalhar como ‘CLT’? Para muitos jovens — e até crianças — ter um emprego com carteira assinada virou sinônimo de perrengue. É o retrato de quem acorda às cinco da manhã e pega ônibus lotado para ouvir bronca de chefe, muitas vezes por um salário mínimo. Fabiana Sobrinho, de Mogi das Cruzes (SP), foi uma das pessoas que levantou esse alerta nas redes sociais nos últimos meses, ao perceber que sua filha de 12 anos via a CLT de forma negativa, e que o termo já era até usado como ofensa entre os adolescentes. “Ela dizia: ‘Vou estudar para não virar um CLT.’ Aí eu comecei a questionar e repreender, porque essa fala não fazia sentido. Perguntei o que ela achava que era ser CLT e por que via isso como algo ruim. Conversei com outros adolescentes e todos têm o mesmo pensamento: de que ser CLT é ser fracassado.” 🔎 CLT é a sigla de Consolidação das Leis do Trabalho, uma lei brasileira de 1943 que regula as relações de emprego no país. Os chamados “CLTs”, que trabalham com carteira assinada, precisam seguir as regras do regime e têm uma série de direitos garantidos por ele. Nas redes sociais, a busca pelo termo “CLT” traz uma enxurrada de desabafos e memes sobre o modelo de trabalho. “Fui pegar uma bolsa para usar e olha só que susto”, brincou uma mulher ao encontrar sua carteira profissional. "Imagina ser CLT a vida toda. Deus me livre", publicou outro usuário. Mas o que está por trás do ódio à carteira assinada? Você pode clicar nos tópicos abaixo para explorar cada ponto da reportagem. ▶️ Apesar do “boom” recente do assunto nas redes sociais, a percepção ruim em torno da CLT não é nova. Historicamente, o emprego no Brasil é visto como algo degradante por causa da cultura da escravidão, afirma a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, que pesquisa transformações no mundo do trabalho. “Os empregos do Brasil, em geral, são mal pagos. As pessoas precisam se deslocar muito, trabalhar demais, ganhar muito pouco e ainda serem maltratadas, porque essa é a cultura do emprego no Brasil para baixa renda. Então, as pessoas preferem se virar e sentir que são livres do que ter um patrão que as humilha.” ▶️ A precarização do sistema e a evolução tecnológica têm levado jovens a buscarem formas alternativas de trabalho, como nas redes sociais. “Tive a sorte de começar minha carreira na internet. Tenho pavor de ser CLT hoje em dia. Cresci vendo meus pais querendo só descansar no fim de semana porque estavam cansados da semana de trabalho, isso criou um bloqueio”, diz Erick Chaves, de 19 anos, conhecido como "Kinho" no TikTok. Alejandro Ferreira, de 17, largou a escola para abrir uma empresa que promete ensinar a geração Z a faturar com o marketing digital. “O colegial não estava sendo muito compatível com a minha agenda”, conta. ▶️ Ter sucesso na internet não é um caminho fácil, como sugerem muitos influenciadores que incentivam "rasgar a CLT para ficar rico no digital.” Pesquisadores da University College Dublin (UCD) comprovaram essa dificuldade ao monitorar milhares de perfis pequenos no Instagram de pessoas que buscavam ativamente ferramentas para crescer na internet. Em quatro meses, apenas 1,4% das 40 mil contas conseguiram superar 5 mil seguidores. ▶️ O discurso contra a CLT pode contribuir para a degradação moral da lei brasileira, que, na prática, garantiu uma série de direitos a trabalhadores antes hiperexplorados. É o que destaca Paulo Fontes, professor do instituto de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “É totalmente legítimo que os trabalhadores queiram mais autonomia, não pegar ônibus lotado todo dia... O problema é que a culpa de tudo isso não é da CLT”, diz. “É ilusão achar que, ao atacar a CLT, você vai conquistar direitos. É justamente o contrário.” Leia a reportagem completa a seguir. 🙅 Rejeição à CLT: já existia, mas hoje é pior. Aos seus mais de 1 milhão de seguidores no TikTok, Kinho explica, em tom de brincadeira (mas com grandes doses de sinceridade), porque, do alto dos 19 anos, não tem a menor vontade de trabalhar com carteira assinada. “Ai, todos os jovens hoje não querem ser CLT. Lógico. Quem quer pegar um trem, seus adultos irresponsáveis? Quem quer pegar um trem pra ir até o Brás todo dia, na humilhação?”, questiona no vídeo. Erick Chaves, o Kinho, posta vídeos no TikTok sobre não ter vontade de trabalhar como CLT TikTok/Reprodução Erick Chaves mora em Itaquaquecetuba (SP), no Alto Tietê, e, como muitos jovens atualmente, associa o emprego formal a uma série de perrengues do dia a dia. Ele cresceu vendo o pai trabalhar viajando por meses e a mãe, diarista, "sem tempo para nada". “O pessoal da minha faixa etária não quer ter uma vida de escravidão, sem aproveitar a vida. É como a gente enxerga o trabalho hoje em dia.” Para Bruna Neres, de 26 anos, a situação é um pouco diferente. Ela já trabalhou com carteira assinada na área de vendas, mas decidiu trocar os benefícios da CLT pela flexibilidade do empreendedorismo — e, claro, por um salário maior. Em 2021, ela fez um curso de extensão de cílios e usou os quatro meses de seguro-desemprego para abrir um negócio próprio em Uberlândia (MG). “Hoje em dia eu tenho uma flexibilidade maior na vida pessoal e profissional, consigo escolher minha jornada. Minha agenda é lotada, trabalho de segunda a sábado, mas ganho bem mais. A CLT, dependendo da sua área, limita o salário”, diz. Bruna Neres passou a ganhar mais depois que abriu seu próprio negócio em Uberlândia (MG) Arquivo pessoal A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado explica que a insatisfação dos brasileiros com o trabalho formal faz sentido, e não é de hoje, principalmente entre as classes mais baixas. “Isso já aparece em estudos desde os anos 70, que mostram que as pessoas preferem se virar a ter um emprego ruim. Porque, por mais que a gente diga que o Brasil está em uma fase de pleno emprego, que tipo de empregos estão sendo gerados? Não é que as pessoas não querem a CLT, elas não querem empregos ruins." Nos últimos anos, porém, influenciadores digitais têm aproveitado essa revolta histórica para articular “uma campanha jamais vista no Brasil contra a CLT”, diz a pesquisadora. “Eles surfam nisso para vender cursos de mentoria e dizer que as pessoas vão enriquecer no digital.” Volte ao resumo. 🤳 Profissão: empreendedor digital Foi em 2021 que Erick Chaves, o Kinho, começou a gravar vídeos para a internet como uma forma de distração. Dois anos depois, ele passou a ganhar dinheiro com o conteúdo e decidiu não seguir o caminho "tradicional" ao concluir o Ensino Médio. “Desde 2023, com 17 anos, eu já não dependia mais dos meus pais porque recebia um salário bom na internet [com a monetização do TikTok]. Com a CLT, eu não estaria recebendo o que eu recebo”, conta. Kinho diz que fatura de R$ 3 mil a R$ 5 mil por mês. Ele reconhece, no entanto, que não é fácil ganhar dinheiro na internet: “O povo do meu bairro me usou como referência depois que eu viralizei e tentou crescer nas redes sociais, mas é muito difícil”. Para a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, um dos riscos dessa tendência é que os jovens, estimulados por poucos exemplos de sucesso nas redes sociais, larguem a escola ou até oportunidades de Jovem Aprendiz para investir no digital. “Nós entrevistamos professores que já veem isso acontecendo. Eu sei que nem todo mundo vai ser CLT, mas não podemos demonizar esses trabalhadores porque os jovens vão entrar numa ilusão. E isso é mais um componente para evasão escolar.” Alejandro Ferreira, de 17 anos, é dono de empresa que ensina empreendedorismo digital aos jovens Instagram/Reprodução Alejandro Ferreira, de São Paulo (SP), desistiu do Ensino Médio para empreender, mas diz que não incentiva os adolescentes a largarem os estudos. Para ele, "o digital anda lado a lado com o tradicional" e também pode ser uma ferramenta para ajudar a impulsionar os ganhos obtidos por um emprego CLT. Aos 17 anos, ele e um colega são donos de uma empresa que ensina estratégias para vender na internet e ajuda a “despertar a mentalidade empreendedora, que foi o que mudou a minha vida por completo”, diz. O negócio fatura de R$ 30 mil a R$ 50 mil por mês, segundo Alejandro. “Eu pretendo fazer o supletivo para finalizar o Ensino Médio. Em relação à faculdade, no momento eu não tenho interesse. [...] Se eu for fazer, não é para somar financeiramente, mas intelectualmente. É para ser estratégico naquilo, e não por causa de uma dependência do diploma”, afirma. Volte ao resumo. 🤑 Sair do 'CLT' para ficar rico? Não é bem assim… Embora as redes sociais sejam constantemente bombardeadas por exemplos de sucesso de pessoas que faturam com o digital, essa não é a realidade da maioria, segundo um estudo da University College Dublin (UCD) liderado pela antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, em colaboração com a cientista de dados Jéssica Matheus. Além de acompanhar os grandes influenciadores, os pesquisadores monitoraram principalmente contas pequenas, de pessoas que têm investido tempo e dinheiro no aprendizado de estratégias digitais para o empreendedorismo. “O que nós descobrimos com os aspirantes é que, para muitos, trabalhar com internet como um complemento de renda pode ser uma boa alternativa, mas enriquecer com o digital é muito difícil. A maioria não cresce”, explica Rosana. O impacto é ainda maior sobre populações mais vulneráveis, como mulheres de baixa renda, que são atraídas pela promessa de ganhar uma renda extra em casa e decidem investir em cursos que muitas vezes não trazem resultados. “Isso provoca frustração, baixa autoestima e autoculpa pelos fracassos", destaca o relatório. “A realidade dos influenciadores parece ser muito próxima de nós. Aquele artista da Globo, aquela celebridade, antes parecia muito distante, agora o influencer está ali, mostrando a casa dele. Parece muito próximo, mas a verdade é que há uma distância imensa da nossa realidade”, diz a antropóloga. Para o jovem Alejandro Ferreira, que vende os cursos de como faturar no digital, o risco existe em todas as formas de trabalho. “Não é certeza que uma pessoa vá fazer o Enem, tirar nota mil e passar na Fuvest. Nada é certo. É impossível vender a fórmula milagrosa do sucesso.” A designer Fernanda Smaniotto Netto, de Porto Alegre (RS), trabalha com carteira assinada e diz que vê vários colegas que trabalham por conta própria considerando voltar para o “CLT”. “CLT tem muitos benefícios. Para ser PJ [pessoa jurídica], tem que ganhar praticamente o dobro para compensar. Pagar plano de saúde hoje é muito caro, vale-alimentação… E tem a questão da estabilidade. Meu medo sempre foi esse: ter um mês ruim, não ter cliente”, afirma. Para ela, parte da nova geração foi seduzida pela ilusão vendida nas redes sociais de que é fácil ganhar dinheiro sozinho: “Minha família inteira é de empreendedores, e eu vejo que empreender é viver com altos e baixos. Eles trabalham muito mais horas e fazem de tudo: parte administrativa, de RH… É um acúmulo de funções.” Uma sondagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) no início de 2024 mostrou que 67,7% dos trabalhadores por conta própria entrevistados gostariam de possuir carteira de trabalho assinada. Além disso, 45% deles eram autônomos por necessidade, e não por opção. “Por mais que a gente tenha visto uma mudança das pessoas enxergarem no trabalho autônomo uma chance de ganhar mais, a maioria ainda entra nesse modelo por necessidade, porque perdeu a fonte de rendimento e precisa trabalhar. Não é algo tão espontâneo quanto parece”, explica Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre. Volte ao resumo. 📜 Por que a CLT é importante? Antes da criação da CLT, os trabalhadores não tinham jornada de trabalho definida, os salários podiam ser reduzidos, não havia garantia de remuneração em caso de doença nem qualquer tipo de controle sobre o trabalho infantil, explica o historiador Paulo Fontes. A lei, então, impôs limites ao capital e ofereceu um caminho legal para os trabalhadores reivindicarem seus direitos, o que foi essencial para conter abusos, afirma o especialista. Por isso, ele vê com receio os apelos para flexibilizar a legislação, que quase sempre vêm “no sentido de retirar direitos e diminuir o poder de barganha dos trabalhadores”. “Isso tem criado um mundo de trabalho muito mais precarizado, inseguro, e parte dessa precarização e insegurança tem vindo com ideologias de extrema direita, muito conservadoras, que culpam a CLT por aquilo que, na verdade, tem a ver com o próprio sistema capitalista.” Para ele, as mudanças nas relações de trabalho, com a popularização dos empregos por aplicativo, por exemplo, podem tornar necessário atualizar a lei. No entanto, isso deve ser feito garantindo a segurança social. “E, infelizmente, não é assim que esse debate tem ocorrido. Isso gera uma ilusão no jovem de que ele vai trabalhar por conta própria, ser influencer e vai ficar rico, mas um ou outro exemplo de influencer bem-sucedido é uma absoluta exceção num mar de desigualdade e ausência de direitos”, afirma. A pesquisadora Rosana Pinheiro-Machado defende que a luta dos trabalhadores deve ser pela melhoria da CLT, e não contra ela. “Nós temos que passar a mensagem de que trabalhar vale a pena, fazer faculdade vale a pena, terminar o Ensino Médio vale a pena, que é isso que os países desenvolvidos e mais felizes do mundo fazem. Mas estamos indo para o caminho de jogar tudo isso pelo ralo.” Volte ao resumo. O que está por trás da rejeição dos jovens à CLT TikTok/Reprodução Trabalho registrado x Influenciador digital: conheça os ‘Blogueiros CLTs’
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