Conta de e-mail corporativa ou de estudante da companhia tinha vulnerabilidade. Correção já foi liberada. Logo da Microsoft em Cambridge, em foto de arquivo Reuters/Brian Snyder Um grupo de espionagem cibernética ligado à China tem saqueado remotamente caixas de e-mails usando falhas recentemente descobertas no software de servidor da Microsoft. As informações foram divulgadas na última terça-feira (2) pela empresa e por pesquisadores externos e dão um exemplo de como o uso comum de programas podem ser usados para moldar uma ampla rede online. A Microsoft disse que a ação dos hackers fez uso de quatro vulnerabilidades não detectadas anteriormente em diferentes versões do software e foi o trabalho de um grupo que chama de HAFNIUM, que descreveu como uma entidade patrocinada pela China, mas que opera fora do país. Em uma publicação separada, a empresa de segurança cibernética Volexity disse que em janeiro viu os hackers usarem uma das vulnerabilidades para roubar remotamente "o conteúdo completo de várias caixas de correio de usuário". Tudo o que eles precisavam saber eram os detalhes do servidor Exchange e da conta que queriam saquear, disse Volexity. A Microsoft já liberou correções para as falhas. Exchange é uma conta de e-mail corporativa ou de estudante da Microsoft. A China se opõe a todas as formas de ataques cibernéticos, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa em Pequim nesta quarta-feira (3). "A China deseja que a mídia e as empresas relevantes assumam uma atitude profissional e responsável e baseiem as caracterizações dos ataques cibernéticos em amplas evidências, em vez de suposições e acusações infundadas", disse ele. Antes do anúncio da Microsoft, os movimentos cada vez mais agressivos dos hackers começaram a atrair a atenção da comunidade de segurança cibernética. Mike McLellan, diretor de inteligência da Secureworks, da Dell Technologies, disse que antes do anúncio da Microsoft notou um aumento repentino na atividade dos servidores Exchange durante a noite de domingo, com cerca de 10 clientes afetados em sua empresa. O conjunto de produtos da Microsoft está sob escrutínio desde o ataque à SolarWinds, a empresa de software com sede no Texas que serviu de trampolim para várias intrusões no governo e no setor privado. Em outros casos, os hackers se aproveitaram da maneira como os clientes configuraram seus serviços Microsoft para comprometer seus alvos ou mergulhar ainda mais nas redes afetadas. Os hackers que perseguiram a SolarWinds também violaram a própria Microsoft, acessando e baixando o código-fonte – incluindo elementos do Exchange, o produto de e-mail e calendário da empresa. Saiba mais: Microsoft revela que hackers da SolarWinds também acessaram códigos-fonte de seus produtos McLellan disse que, por enquanto, a atividade de hackers que ele viu parecia focada em disseminar software malicioso e preparar o terreno para uma intrusão potencialmente mais profunda, em vez de se mover agressivamente para as redes imediatamente. "Não vimos nenhuma atividade subsequente ainda", disse ele. "Vamos encontrar muitas empresas afetadas, mas um número menor de empresas realmente exploradas." A Microsoft disse que os alvos incluem pesquisadores de doenças infecciosas, escritórios de advocacia, instituições de ensino superior, empresas de defesa, grupos de reflexão sobre políticas e grupos não governamentais. Saiba mais: Ataques hacker a hospitais e farmacêuticas aumentam com a pandemia, aponta IBM Veja dicas para se manter seguro na internet: oes paraa
Com apenas 10% do que faturava antes da crise e aumento dos gastos com o retorno de funcionários após suspensão de contratos, dono do Bar do Bigode se vê sem saída. Para ele, 'governo tinha que liberar mais alguma coisa' para micro e pequenas empresas diante da crise. Dono de bar na Zona Sul do Rio diz se arrepender de ter mantido negócio na pandemia Um ano inteiro acumulando dívidas, toda a reserva financeira esgotada, sem acesso a crédito no mercado, obrigado a garantir nove meses de estabilidade para cinco funcionários e sem nenhuma perspectiva de mudança no curto prazo. Esse é o saldo de 12 meses de pandemia para o empresário Irenildo Barbosa, o Bigode, de 65 anos, dono de um bar na Zona Sul do Rio. “Se eu me arrependo[por ter insistido em manter o bar aberto]? Muito. Se eu pudesse ter uma bolinha de cristal quando começou a pandemia e eu ainda tinha uma graninha, eu tinha detonado tudo, demitido todo mundo. Tinha fechado isso aqui e tinha ficado em casa. Porque aí eu pegava uma ajuda do meu filho só para comer, porque eu tenho casa própria, e ia levando”, confidenciou Bigode. Bar do Bigode, que ficava lotado durante o almoço antes da pandemia, mas passou a amargar sumiço dos clientes Daniel Silveira/G1 O G1 acompanhou ao longo de um ano as histórias de empreendedores que tentaram sobreviver à crise provocada pela pandemia do coronavírus e pelo fechamento dos negócios necessário para conter a disseminação da doença. Veja aqui o que os mesmos empresários contaram em abril; em maio; em julho; em setembro, em dezembro, e os novos depoimentos este mês: Younes Bari, sócio do Bar Kaia: 'A gente não tem muita expectativa' Bruno Bernardo, sócio do Ink Bar e do escritório Lab Off: 'A gente sofreu bastante' Pedro Roxo, dono do Manja Gastronomia: 'De alguma forma, consegui levar isso para um lado positivo' Cláudia Mendes, dona da Laundry Express: 'A fase mais difícil a gente está vivendo nesse momento' Veja também o que Irenildo Queiroz contou ao G1 nos meses anteriores: em abril em maio em julho em setembro em dezembro Início da pandemia Quando começou a pandemia, a maior preocupação de Bigode era manter o emprego dos dez funcionários no bar que havia fundado 14 anos antes em Botafogo, um dos principais endereços comerciais da Cidade Maravilhosa. Mas ele sequer tinha ideia de como iria fazer isso. No horizonte pairavam apenas incertezas. Um ano depois, ele se vê sem saída. “As coisas vieram acontecendo devagarinho. Eu sempre acreditei que ‘no mês que vem vai melhorar’. Muita gente dizia pra mim que eu era muito otimista. Agora, na situação que eu me encontro hoje, eu nunca pensei estar”, lamentou. O G1 entrevistou Bigode pela primeira vez no dia 16 de março de 2020, data em que o governo do estado decretou situação de emergência no Rio de Janeiro por causa da pandemia. Duas semanas depois, um decreto estadual obrigou bares e restaurantes a fecharem as portas. Em maio, confinado em casa e sem data prevista para poder reabrir o bar, Bigode se dizia “sem perspectiva nenhuma”. Em junho, toda a reserva financeira dele havia acabado, usada para quitar as contas mensais do estabelecimento. Após cerca de 100 dias fechado, o bar foi autorizado a reabrir e contou com a doação surpresa de cerca de R$ 12 mil, arrecadados pelos clientes – foi o estímulo para recobrar o otimismo. Mas Botafogo virou um bairro deserto se comparado ao período pré-pandemia. As empresas e universidades vizinhas ao bar, que lhe garantiam clientela grande e fiel, implementaram atividades remotas. Bigode passou a faturar apenas 10% do que conseguia antes. Em setembro ele já considerava que o ano seria um “desastre” para os negócios. Em dezembro, já não tinha "mais fôlego". “Eu sempre acreditei que a situação ia melhorar porque o meu bar sempre vendeu muito bem. Sempre vivi muito bem trabalhando ali só de segunda a sexta. O bar estava sempre cheio, de manhã, de tarde e de noite”, enfatizou. Bigode ressaltou que insistiu em manter o bar aberto por necessidade, não por apego, mesmo sem perspectivas de ver o local lotado de clientes novamente no curto prazo. Empresário Irenildo Barbosa diz, passado um ano de pandemia, se arrepender por ter insistido em manter bar aberto Daniel Silveira/G1 “Eu não tenho outra fonte de renda, eu só tenho essa. Eu não tenho onde me apegar. Eu não tenho heranças de ninguém, eu não tenho papai e mamãe que deixou alguma coisa pra mim, eu não tenho. Eu só conto com a ajuda de Deus e do meu trabalho", disse. Fim da suspensão de contrato agravou situação O baixo faturamento garantia a Bigode o pagamento das contas básicas do bar. Os alugueis das quatro lojas vinham sendo pagos com atraso e renegociação mensal. A situação se agravou já em 2021, com o retorno ao trabalho dos cinco funcionários que tiveram o contrato suspenso por meio do Programa de Manutenção do Emprego e Renda, criado pelo governo federal diante da pandemia – os outros cinco funcionários pediram demissão antes do bar reabrir. “Meu filho que me deu uma ajuda para eu pagar os salários deles em fevereiro, porque o que estou faturando não dá para pagar nada”, contou. Com a suspensão do contrato, o governo assumia o pagamento proporcional do salário. Em contrapartida, a empresa ficou obrigada a garantir estabilidade dos funcionários pelo mesmo prazo em que ficaram suspensos. “Hoje a gente se encontra numa situação complicada, porque o governo não liberou mais a suspensão de contratos. Nós não temos nenhuma linha de crédito atualmente que dê acesso pra gente, ainda mais nós que estamos cada vez mais endividados. Como é que eu vou garantir estabilidade para eles?”, questionou Para o empresário, o governo precisava oferecer novo socorro aos micro e pequenos empresários, uma vez que a pandemia segue em curso e a crise financeira decorrente dela se agrava a cada mês. “A cada dia que passa a gente fica se endividando mais e a gente não vê o governo fazer alguma coisa mais concreta. Os endividados vão conseguir pagar as contas? O governo tinha que liberar mais alguma coisa”, insistiu. Mas Bigode admite não acreditar em nova ajuda do governo. Também diz não estar mais otimista de que o faturamento do bar aumente a ponto de garantir fechar as contas mensais. Questionado, ele disse que ainda não estipulou prazo para manter o bar nas condições atuais. Porém, dá quase como certo que março será o último mês do Bar do Bigode. "Eu não estabeleci esse limite [até quando insistir]. Mas, do jeito que as coisas vão, eu não estou vendo muito jeito de emplacar mês que vem, não. Eu acho que não vou conseguir passar o mês que vem, não. Esse mês eu estou passando só Deus sabe como", disse. Initial plugin text
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